sábado, 3 de abril de 2010

Da colonização a formação do Estado Novo: Educação para quem?

A história da educação no Brasil da colonização à formação do Estado Nacional segue basicamente a mesma linha na qual prevalecem os interesses das elites tanto econômicas quanto eclesiásticas. A grande característica deste período é a de que a educação é produto da necessidade de dominação: primeiro os indígenas pelos jesuítas e depois da colônia pela coroa. O período de dominação parece ter fim com o advento da independência e posterior republica, mas prevalece tendo em vista que indiretamente países europeus influenciavam diretamente no meio pelo qual era organizada a educação brasileira, tanto pela simpatia pelo que se podia copiar da “civilização” tanto pelo domínio da Igreja Católica, que ia alem do aspecto religioso.

A história da educação no Brasil se confunde com a própria descoberta e colonização e a chegada dos portugueses em 1500 e em 1549 e por meio da Companhia de Jesus passaram a catequizar os povos indígenas, num contexto de uma dominação de um país europeu que visava somente uma conquista territorial e dominação de povos com interesses econômicos claros que revelava um contexto de cultura européia não muito avançada, por Portugal no século XVI não era o que de melhor existia em termos culturais em comparação de outros países europeus.

Chegando ao Brasil os portugueses praticam o primeiro ato de dominação educacional, rompem com as condições de realidade de vida dos indígenas, e as tradições dos primeiros habitantes. Os padres jesuítas iniciam com a dominação abrupta e o rompimento com os costumes locais impondo-lhes sua própria cultura e religião. Os governos gerais e as capitanias hereditárias por sua vez querem também explorar as riquezas e enviava tudo para o continente europeu, numa relação entre educação e economia política, os objetivos políticos econômicos e a escravidão dos indígenas mostram de forma marcante que além da dominação cultural e a exploração econômica dos governadores gerais.

O método pedagógico implantado pelos jesuítas perdurou por duzentos anos, terminado quando, em 1759 o Marquês de Pombal expulsou os catequizadores que passou a organizar a escola para servir aos interesses da coroa portuguesa.

Com a vinda da coroa portuguesa em 1808 as normas costumes e leis da cultura européia são instaladas no território brasileiro, e a dominação aparece de forma mais civilizada. As primeiras escolas aparecem como escolas paroquiais, escolas de oficio. Ouve a necessidade de se dar melhores condições culturais e uma boa educação para os nobres e seus filhos o contexto educacional e cultural brasileiro foi totalmente modificado, neste período foram abertas academias militares, escolas de direito e medicina, a biblioteca real o jardim botânico.

A família real deixa o Brasil em 1889 e o Marechal Deodoro da Fonseca proclama a república. Dois anos depois em 1891 é promulgada a primeira constituição que prioriza o ensino leigo nas escolas publicas. Pensa-se e divulga-se a escola para todos e um ideário romântico para nova nação, contudo era algo maior que as possibilidades reais de investimento do recém criado país. As instituições fundadas no período de permanência da família real foram de grande importância para dar seguimento aos novos projetos educacionais.

As primeiras escolas secundárias no tempo da republica são feitos para atender a necessidade filhos daqueles que se denominavam ser de grupos liberais, que tinham posses, o debate do positivismo e liberalismo era muito candentes, havia uma disputa entre leigos e católicos a respeito da orientação das escolas. O objetivo da educação torna-se a formação das lideranças políticas. Colégios masculinos buscavam a formação de líderes políticos e os femininos a formação das damas que seriam esposas destes líderes. Uma formação tipicamente acadêmica e requintada, onde estudava tanto a literatura, como também boas maneiras, etc...

A escola primária quase não existia e a escola secundaria era escola de oficio dado a necessidade de pessoas para realizar uma serie de tarefas. Eram os aprendizes dos mestres de oficio e o dos mestres artesãos. Aos abastados as escolas para médicos e bacharéis, aos pobres as letras e o trabalho braçal.
Durante mais de cem o modelo instituído nesse período prevaleceu e com um modelo agrário em torno do café e da cana de açúcar que apesar de muito se produzir pouco se ganhava. o Brasil se vê num contexto de estagnação política econômica e social. sendo ainda “colonizado” pelos modelos educacionais e culturais europeus, sendo a Inglaterra e a frança suas principais referencias, sendo substituídas posteriormente pelos Estados Unidos.

A história da educação no Brasil da colonização à formação do Estado Nacional deu-se a revelia da necessidade dos reais interessados. Os índios que tiveram sua cultura violentada e seus costumes banalizados, o colono que aqui se fez brasileiro e pobre sem oportunidades, obedecendo à lei natural do “fato social” de sua natural inexistência e um país que vive a mercê de opiniões e imposições externas. A formação do Estado Nacional Brasileiro é o primeiro passo para a formação de uma Identidade Nacional Brasileira, que a mais de cento e vinte anos tem sido buscada.

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